quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Sentir Sozinho

Poema inspirado por uma frase de Edgar Allan Poe.


Sentir Sozinho

Doce engano esse perder, que não para de gemer
Silêncio calmo, arder calmo por entre qualquer chorar
Mesmo que pra amar, algo que não vai te querer
Com ou sem rimar, doce chama sem se apagar


Ritmando, qualquer cantar louco, fogo abraçando
Mesmo que muito pouco, ou até quase nada
Que sente e cala, e te olha fixo encarando
Acalentando, morrendo, como um conto de fada


E beber da morte, perder, sofrer, rasgar a sorte
Ah! Gentil sofrer, que me corta ou acalenta
Sem que entenda, ser baixo, fraco ou forte
Ser bom ou ter sorte, tudo aquilo que se lamenta



Hoje que sigo, e sempre, sempre me digo
Sem razão de amor ou doçura menor
Tudo ao redor, tudo aquilo que sigo
Onde fico, conspira assim sem pormenor


É assim, música breve, linda e sem fim
Sem canção ou porventura, compôr
Onde se for, cantando tão simples assim
Que para mim, não passa de um doce ardor


Afeto, tão estragado e puro dialeto
Se afeto, ou se sigo sem nenhum caminho
Ou carinho, sempre me vi a olhar quieto
Esse afeto, se senti, foi sempre sozinho