terça-feira, 1 de março de 2011

Ausência Dos Teus Olhos

Já estava com saudade do teu caminhar,
de receber a presença dos teus movimentos, das plumas suaves que te rodeiam o sol.

Já sem ânimo ou qualquer poço pequeno a reguardar, rever o que me fascina pôs-me um sorriso ao agradar,
mesmo sem sol ou céu limpo esteja o campo, luz suficiente essa flor pôs-se a produzir, e
 sem pensar já reforcei qualquer fúria e qualquer calma, só para me ver nesse campo apreciando essa flor.

Pois a ausência dos teus olhos, fora de tão doída aos verbetes da minha alma, tanto quanto é permanecer mudo, quando a música me extende a mão,
e nada além de música e poesia eu ouvi nesse meu silêncio, o mesmo silêncio que os pobres e hipócritas rigorjeteiam,
o mesmo silêncio que evita guerras, e acaricia o coração dos enfurecidos.

Jamais outrora era assim o peso deste silêncio, como quando a música extendeu seu braço,
quando os campos afloraram, a flor brilhou de novo, sem céu ou sol.

Porque eu sei, que além de todo esse céu e todo esse sol, meus olhos puderam tocar o além do além, da beleza e da poesia,
como quando, naquele silêncio musical, eu me livrei da ausência dos teus olhos.