domingo, 3 de junho de 2012

Libação da Luz

Libação da Luz

Veja que a cadência de cores canta!
E ilude o encanto do lúcido pranto
Que grita a tempestade negrejante,
E rasga, o coro, em raios retumbantes
O céu, o sol, o silvo sussurrante.

Ouça! Ouça! que a luz desponta ao longe,
Ao longe lentamente a luz se esconde.
Surgiu, cessou, ali entre as estrelas
Celestiais, entre a sombra mundana
Que me envolve, no ritmo crepitante
Do vento que se assoma fulgurante.

Avante levam-me sonhos cerúleos
E pesadelos purpúreos de morte.
Embalam-me em dança bestas noturnas,
Cingindo eternamente um arco trio,
À sorte de saudosos sons sombrios

Trespasse os ramos que te proibiram,
Que logo além jaz a verdade, além
Da clareira que te consome a alma;
Além da tempestade, onde ondas
De vozes anunciam vorazmente:
"Dissolve teu desespero das trevas,
Que o dia já desperta novamente!"