Os olhos são lodos
profundos de vazio,
Seu corpo um entoado de
tristeza corrente.
Assim como o ar, é
frio e cortante. Solitário.
Quieto. Só fala diante
do maior absurdo.
Suas plumas negras, de
nobreza noturna
Misturam-se ao corpo da
penumbra.
Errantes malditos,
bailarinos dos mistérios,
Girando suas graças
soltos na bruma.
A dor e a morte são
seu império,
A lágrima e a memória
são a sua pluma.
É dentre os mortais, o
agouro mais medonho.
Sua presença, o caos
para todo que o avista.
Exceto a feliz
coincidência, eu suponho,
De quando pousou nos
umbrais daquele artista.