Imortalidade
E dolorosamente, sinto o fino pó
correr entre meus dedos
E desesperadamente apenas
observo, envolto em medos
Imóvel, impotente – prepotente
estátua de areia
Não de rocha, eterna, mas frágil
e passageira
Ergo-me solitário em uma terra devastada
Pelo vento incessante que em sussurros
mudos brada
Os desígnios desconhecidos do céu
e do mar
Distantes que a ninguém é
permitido tocar
Quisera eu meu espírito de pedra
fosse feito
E a brisa suave não rasgasse meu
peito
Mas a rocha é destinada a deuses
e estórias
Sem fim, sem formas – imponentes
memórias
Sei que quando me for soprado
este último grão
Tudo que fui estará esquecido,
espalhado ao chão
Sei que temo que tornarei a ser
jamais
Pois temo saber que o que agora
existe
Não existe mais
Nenhum comentário:
Postar um comentário