Por longo tempo vaguei neste leito
E deslumbrei-me em sua iridescente
Veste de calmas águas, onde o silente
Tempo perdeu-se; e meu sereno peito,
Ainda que ao celeste enlevo afeito,
De suas cores ébrio em seu fulgente
Ventre imergiu. Ali, leve e indolente,
Meu espírito ao tudo foi desfeito.
Que mão a me guiar, então, absorto
Em vida e inconscientemente morto?
Eras tu, imortal, transfigurado
Em poesia. Teu nome escrito fora
Nestas águas: mas tu, à terna aurora
Para sempre alçará teu verso alado.
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