Bebamos, pois, almas amarguradas,
Bebamos em anseio à decadência,
Mordaz escárnio e maledicência
A todas falsas tradições passadas.
O vinho, essência de visões sagradas,
E o bêbado, adivinho da inconsciência,
São certamente o ecoar da ausência
De conjurações impronunciadas.
Sejamos a correspondência exata
De espíritos de onisciência inata
Que brindam a esta vera falsidade.
Sempre ao fim esta voz é escutada:
Bebabamos! pois não há maior verdade
Que a primordial máxima: o nada.
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