domingo, 6 de janeiro de 2013

O sentimento de que tua mão luta para alcançar o fim.
E devagar vai morrendo, lentamente padecendo o seu paraíso de carmim.

E o ritmo louco, bombando e badalando o suspiro.
Devagar se aquietando, ameaçando o outrora enfurecido.

Por que não diz com todas as letras o que pretende?
Talvez devesse me ensinar esse jeito de amar, que só um anjo entende.

Não me deixe sozinho na labuta de pensar. Na tortura de uma cabeça, apoiada junto à mesa, da dor a descansar.
Entorpece-me cada mal entendido que plantas, como teu passo me encantas e teus mistérios me põem a pensar.

Tamanha é a ingratidão que tu regas sobre minha cabeça, uma ideia que nem mesmo o mínimo transpareça.

Essa insônia que alimento pensando no que poderia ser. Ajuda a ler as palavras que o céu em trovões tenta me dizer.

E com uma resposta cruelmente confusa, tu me põe a escrever. A criar esta arte fraca, no meu dolorido oficio de sofrer.

Talvez você nunca entenda o poder presente no teu agir, de esclarecer o mais escuro céu ou de fazer qualquer alegria sumir.

Se sou mesmo um pináculo de saberes como tu apresenta, diga logo aquilo que todo poeta sonha,com qual toda dor se isenta.
Mas bem sei que quando ri não é comigo, que quando goza não sou eu teu amante, mas meu verso galopante, não mente nem que eu queira.

No final tu me provas de novo quão cruel é a verdade, quão crua e seca se faz a realidade.

Mesmo chorando por dentro você ri e me espanta teu poder de fingir. Ainda se culpará pelas dores que não evitou, mas verá que a arte que iniciaste já se cessou.

Com o corpo pairante sobre o véu das estrelas tu acordará e a lágrima, no delicado rosto, escorrerá e teu arrependimento tão breve não cessará. Já estará dormente teu poeta admirador e nada restará, para ambos, além de saudade e muita dor.

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