domingo, 13 de fevereiro de 2011

The Soul and the Sea

The Soul and the Sea
A Alma e o Mar

In my dreams I still see what has long passed by
Em meus sonhos eu ainda vejo o que a muito tempo passou
Visions of a grey sea under a greyer sky
Visões de um mar cinza sob um céu mais cinzento
And a desert shore there lonely lying
E uma costa deserta lá jazendo solitária
Grey as the soul there lonely crying
Cinza como a alma lá chorando solitária

There I stood gazing at that melancholic vision
Lá eu permaneci contemplando aquela visão melancólica
Where nor heaven or earth could find division
Onde nem os céus ou a terra encontravam divisão
No dim light descending could find rest
Nenhuma luz turva descendo encontrava descanso
And shivering winds blew from the far west
E ventos arrepiantes sopravam do distante oeste

Winds, waves and clouds above
Ventos, ondas e nuvens acima

Received no guest, nor man nor dove
Não recebiam convidado, nem homem nem pombo
And the only one there wandering was me
E o único lá vagando era eu
Lonely as the sky, lonely as the sea
Solitário como o céu, solitário como o mar

Neither was there any ship or sail
Nem havia lá algum barco ou veleiro

Nor trace in that sand, white and pale
Nem rastro na areia, branca e pálida
No hope was seen in that pitiless waves
Nenhuma esperança era vista naquelas ondas impiedosas
Where other souls as mine had found their graves
Onde outras almas como a minha encontraram seus túmulos

Everyone had gone to a far happier land
Todos haviam ido para terras mais felizes
Where shines the sun as shiny as the sand
Onde brilha o sol tão brilhante como a areia
And there stood nothing, nothing but me
E lá não permaneceu nada, nada senão eu

Me, the shore, the sky and the sea
Eu, a costa, o céu e o mar

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Luzes e Música

Perdido no vazio da minha voz, deitado, eu observava o interior de meus olhos. Já era noite, ao menos eu achava, e a lua já tentava bisbilhotar os escombros dos meus recantos.
                Um suspiro. Estava começando a pensar novamente, e não sabia bem que tempo era o tempo de minha mente, ou mesmo o tempo de meus olhos. Haviam figuras, luzes e janelas, todas circulando, dançando, vibrando. Eu vi anjos, demônios e pássaros se abraçando, voando e rindo do meu nome, de mim a quem chamaram: recanto.
                No meu perdido santuário, cheirando a suor e sangue quente, as ondas da poeira jogada no bater das asas, cobriam as paredes e qualquer pedregulho. Qualquer sobra de existência.
                Eu vi de novo. Os anjos e os demônios, mas até que ponto sabemos a diferença entre um anjo e um demônio? Eu ouvi os suspiros, os gritos, os acordes. Lembrei da loucura e do tempo, sanidade e vida. Eu era hoje, nunca e sempre.
                Todas aquelas músicas, todos aqueles mestres de padecer e reviver. Uma orquestra particular em meu próprio santuário, o qual não me atrevi de chamar outro nome, enquanto a chuva gritava em meus ouvidos. Era de noite, ao menos eu acho, mesmo que a lua não fosse a mesma lua, e a chuva, não a mesma que outrora fez-me lembrar da vitória.
                As paredes, castigadas. Castigadas de unhas, gritos e trovões. O chão, ainda macio e confortante como plumas jovens. Meu santuário, que deu-me o meu nome, ainda cheirando do mesmo jeito, ainda cantando do mesmo jeito, mesmo que diferente.
                Lembrei de cavaleiros majestosos e sem nobreza. Lembrei das pérolas, que de tão jovens, ainda estavam sujas de lodo. Lembrei de tempos onde a dor era outra, o riso era outro, o ódio, a agonia, tudo igual, e totalmente diferente.
                Lembrei de quando me disse o meu nome, esse nome que mudou tanto, e que ainda carrego firme comigo. Revivi minhas falsas verdades, meus poucos sonhos, e minhas muitas fantasias. Reanimei amores e ódios, os quais ainda não sei definir. Eu era hoje, nunca e sempre.
                Preso, neste santuário que me convidou a dançar eternamente, e me vi no calento das minhas plumas, eu me perdi no vazio do tempo, espaço e pensamento. Com os braços já fadigados, cobertos do sangue quente que amortecia meus sentidos, voltei a repousar.
                Os olhos se fecham, a mente se apaga.