quinta-feira, 30 de maio de 2013

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Ironia


Ironia é uma terra de pesadelos forjada por seres de sonhos.

Ironia é tal qual tu anseia se soltar do que te enoja
E sem nem perceber que aquilo te persegue,
Faz do teu coração um ninho, nele se aloja.
Logo a diáspora tua alma, cega e surda, segue.

Ironia é um mar de entranhas sob um céu de carmim.

Mesmo que se desprenda das labutas de ser fera,
Logo teu coração por uma calma implora.
E nesta terra de feras, tudo aquilo que dura uma era,
É porque abriu mão de ser o que foi outrora.


quarta-feira, 22 de maio de 2013

Retorno

Do âmago do solo irrompe e orna
A Natureza em sua refulgência
O ímpeto cativo da violência
Que novamente à terra negra a torna.

A Natureza sua fronte adorna
Sobre o sangue que irrompe em reverência
À eternidade da primeva essência
Que novamente aos níveos céus retorna.

Inspiro o Verbo assolador - denodo
O fulvo fio que encanta meu viver -
Possuo toda terra sob mim, todo

O tempo em meu olhar. Cerram-se já
Meus olhos no negror do anoitecer
E toda terra sobre mim está.



segunda-feira, 20 de maio de 2013

Poetar


Poetar não é difícil, não é dolorido
Mais que qualquer fazer.

Poetar não é sublime, nem milagre,
Ou qualquer outro parecer.

Poetar não é (só) doce ofício,
Nem (só) um caminho do autoconhecer.

Poetar é por em frente o processo,
É alimentar o ato de viver.


domingo, 19 de maio de 2013

Imortal



Ás vezes acho que sou imortal.


Morro todo dia de desgosto.
Morro toda vez que não amo.
Morro toda vez que não declamo.


Mas não me sinto imortal porque ainda passo a viver,
Mas porque esqueci como é morrer.

domingo, 12 de maio de 2013

Idependency

(Um lampejo poético completamente incomum, a respeito da Guerra de Independência Americana)

Independency

Irony is
The iron in
Your arms
Forgetting
The iron in
Their arms.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Canção da Alma

Que é cantar senão a expressão
Da alma? Esta, assomo de impressões
Profundas que, por entre a imensidão
Cerúlea, inunda-se em sensuais canções.

E quem, em abundantes profusões,
Sucumbe à silenciosa comoção
Do transe desta dança de emoções?
Pergunte à inquieta folha do verão,

Cantando trêmula a composição
Sinfônica das ternas estações
Eternamente junta à relva ao chão;

Pergunte a ti, a ti que estas questões
Consomem e inocentemente são
As notas dos humanos corações.