quinta-feira, 11 de outubro de 2012

O Poço

Venha salvar-me, voraz tempestade!
Que a brisa suave envenena meu ser!

Veja este rosto que aqui neste poço
Assoma-se às sombras de seu frio fenecer!
Inerte escárnio lhe cobre o semblante,
Escárnio inerte de seu próprio viver.
Assombram-me os olhos aqui refletidos,
Os olhos (meus olhos!) para sempre perdidos
Em sua angústia de infindo rever.

Revolva à vida este lago gelado!
Venha afogar esta imagem irreal!

Outra vez vejo ver-me a mim
Nos destroços deste poço ancestral,
Refletindo o cair das estrelas
Que se apagam nestas vagas sombrias,
Frias ondas de ilusão celestial.
Que se encontram no sangue e na noite:
Nívea flor de torpor infernal!

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